Nenhuma postagem.
Nenhuma postagem.

LuxSalus.blogspot.com/Terapia da Escrita I

Um caminho para podermos trabalhar os sentimentos e emoções que quando exacerbados provocam o stress: fonte primeira da existência de desequilibrios que acabam por produzir "doentes". Muitas vezes, a nossa necessidade fundamental é somente sermos ouvidos, pois falando (ou na presente situação: escrevendo), podemos analisar aquilo que sentimos e assim entender mais claramente os motivos de nossos problemas.

Lendo e...Escrevendo!


Que bom que você está aqui!
Muitos são os nossos problemas e, na verdade, grande maioria de fácil e rápida solução se conseguirmos parar alguns minutos para analisá-los. Infelizmente nos deixamos envolver pelo dia-a-dia, pelo que é corriqueiro e deixamos de lado o que é importante. Assim, pense bem e reflita sobre sua vida e o rumo que ela esta tomando! Depois, leia a estória abaixo e fique a vontade para participar como melhor lhe convier.
Abraços!

COMO PARTICIPAR

Observe o número que antecede a situação; se julgar que o seu problema é semelhante, indique o número e relate-o detalhadamente no e_mail, se possível e se esse for o seu desejo.

Se você quiser desenvolver seu personagem, também é possivel, mas é necessário que você nos informe e posteriormente acompanhe o desenvolver e a estrutura da estória.

Endereço de e_mail a utilizar:

luxsalus@gmail.com

REGISTROS

ADVERTÊNCIA

O CONTEÚDO DESTE TEXTO É INADEQUADO PARA MENORES DE 14 ANOS.
CONTÉM PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, DESCRITIVOS SENSUAIS E DE VIOLÊNCIA.

Terapia da Escrita - Era Uma Vez...


PERSONAGENS


Carlos José – Marido de Nathali

Nathali - esposa

Eduardo – amante de Nathali

Ernesto - amigo de infância de Eduardo

Sílvia – amiga intima de Nathali

Jardel – marido de Sílvia

Edmundo – empregado da empresa de Carlos e Augusto

Julio – terapeuta

Sarah – médica

Fátima – recepcionista da clinica

Flavinho – irmão de Sílvia

Francis – namorado de Flavinho

Augusto – sócio de Carlos

Paula – irmã de Augusto

Mancara – assassino de aluguel

Dr. Vasquez - Delegado

Zé da Branca – traficante

Lúcia – garota de programa

Toninho - filho de Lúcia

Brilhoso – cafetão

Juliana – secretaria de Brilhoso

Sargento Sillas - policial militar

Prainho – soldado da Policia Militar

Fioravantti – joalheiro

Fernanda – esposa de Fioravantti

Carla – filha de Fioravantti

Bombom – amante de Fioravantti

Arturo – noivo de Carla

Jean – filho de Fioravantti

Dru – amigo de Jean

Selma – mãe de Dru













I

(01) É julho! O frio se faz presente! Carlos caminha por um bosque, sem destino certo. (02) Acontecimentos recentes o desnortearam, gerando mágoa, ressentimento, dúvidas, tristeza. Com um nó na garganta, por várias vezes, seus olhos lacrimejam. Cansado, ele senta em um banco próximo ao lago e, olhando o vazio, fica pensando:

(03) - Porque, meu Deus? Porque? Admito! Não fui sempre um bom marido; não a valorizei como devia... mas em momento algum deixei de amá-la... Deus! Como dói! Que vontade de matar aquela desgraçada!

(04) Sua revolta crescia sempre que lembrava do que Nathali havia lhe feito! (05) Nathali, sua adorada esposa já há dez anos. Mulher bonita e culta, é dona de uma loja de grife de muito sucesso; (06) Carlos também adquiriu muito sucesso como empresário do ramo de pedras preciosas; mas nesse momento, nada disso tinha a menor importância; (07) ele só lembrava que ela o estava traindo há vários meses!

(08) - De que me adianta ter tudo o que quero, se o meu bem mais precioso está perdido! Como não percebi antes? Agora tudo se explica! O seu jeito de me tratar... sua ironia,, que eu pensei se tratar só de stress... Hum! stress... novo nome para um par de chifres...

(09) Mas, há alguns quilômetros dali, Nathali, também triste e abatida se dirigia para o consultório de Eduardo, psicólogo de renome e seu amante.

(10) Lá chegando, foi recebida de imediato por Eduardo, que a abraçou e olhando-a nos olhos disse: - Não se preocupe! Para tudo há um jeito! De alguma maneira consertaremos isso.

(11) Nathali estranhou um pouco aquelas palavras, mas o momento estava lhe sendo muito pesado e ela desatou a chorar.
(12) Eduardo continuou abraçando-a por mais alguns minutos e então, afastando-se lhe disse: (13) - Nathali, minha querida, não se preocupe, lhe peço! Nós vamos resolver isso... Olhe, vamos fazer o seguinte: eu tenho um compromisso urgente agora, mas no fim da tarde eu te telefono e sairemos para jantar e então conversaremos.

(14) Sem entender bem porquê Eduardo estava agindo daquela forma, que diferia em muito daquele homem que anteriormente a havia cativado, Nathali assentiu com a cabeça e saiu. (15) Por muito menos, dias atrás, ele tinha cancelado compromissos e permanecido em sua companhia por várias horas! O que estaria acontecendo? (16) Enfim, ela havia plantado e, portanto, cabia-lhe a colheita! (17) Então começou a cobrança pela sua consciência: (18) custava-lhe acreditar que tinha se aventurado dessa maneira, jogando para cima um casamento que, apesar das dificuldades que passavam, tinha trazido alegrias e momentos muito especiais. (19) Por que ela não procurou Carlos no momento oportuno e abriu o jogo, informando-o de sua carência afetiva, de seus problemas e de tudo o que poderia vir a acontecer?

(20) Sozinha e castigada pela própria consciência, Nathali não sabia bem que atitude tomar; cansada de toda aquela agitação, parou em um café para por em ordem as idéias, pensar a respeito do que estava acontecendo!

(21) - Como é que eu pude ser tão burra? Me enganar desse jeito! Tudo poderia estar muito bem, sem essa confusão toda... o que é que eu faço agora?

(22)Terminou seu lanche e, após pegar o carro no estacionamento resolveu ir para casa; não tinha cabeça para trabalhar.

(23) Ao chegar no hall do edifício onde mora, encontrou Sílvia, vizinha, grande amiga e confidente: - Sílvia! Que bom que te encontrei! – disse Nathali quase chorando!

(24) - O que está acontecendo contigo, minha amiga? - perguntou Sílvia

(25) - Sílvia, você não pode imaginar... - respondeu Nathali enquanto elas entravam no apartamento de Sílvia

(26) - Eu destruí minha vida! Acabei com o meu casamento... não sei o que fazer!

- (27) Calma Nathali! Não pode ser tão ruim assim!- Vamos lá! Me conte o que está acontecendo de tão grave!

- (28) Sílvia... eu tenho um amante e Carlos descobriu tudo!

- (29) Um amante? Mas você nunca me falou nada! Há quanto tempo que isso tá rolando?

- (30) É! Eu sei! Eu nunca comentei nada, porque eu pensava que seria uma coisa passageira, mas não foi assim... começou como uma brincadeira, foi indo, indo, e eu acabei me apaixonando por Eduardo.

- (31) Eduardo? Aquele psicólogo que conhecemos naqueles cursos de terapias de vidas passadas?

- (32) Ele mesmo...

- (33) Eu não acredito Nathali... você é muito doida... mas isso já fazem mais de dois anos! É isso mesmo? Vocês tem um caso desde aquele tempo?

- (34) Não. Começou um pouco depois. Algumas semanas depois do término do curso, encontrei Eduardo por acaso. Eu estava indo para a loja, quando o encontrei. (35) Na verdade, durante o curso, eu já tinha me sentido um pouco estranha, atraída por ele, (36) principalmente depois que rolou aquela estória de que a gente se conhecia de outra vida; (37) que tínhamos sido amantes... você lembra Sílvia! Eu te contei... você ainda ficou dizendo que ele era minha alma gêmea!

- (38) Sim! Sim! Eu lembro... mas acabar assim?

(39) Nathali fica pensativa por alguns minutos e então diz: - Quando o encontrei, fomos tomar um suco e (40) começamos a conversar a respeito de nossas vidas, dificuldades, alegrias... enfim, percebemos que temos muitas coisas em comum; trocamos telefones, e_mails e combinamos que quando houvesse uma oportunidade continuaríamos aquela conversa.

Isso foi em uma quinta-feira; (41) nos dias que se seguiram, eu me lembrava com freqüência dele; cheguei até a sonhar que estávamos conversando em um lugar muito bonito!

- E você não me contou nada por quê? Perguntou Sílvia.

- Naquela ocasião você tinha ido viajar para Paris, junto com teu marido, quando você voltou já tinha começado a me encontrar com Eduardo e (42) fiquei com vergonha de revelar o que estava acontecendo e, por outro lado, achava que era só uma aventura passageira; que logo terminaria, afinal eu amava Carlos.

Um tanto quanto surpreendida, Sílvia perguntou: - (43) amava? Não o ama mais?

Nathali baixou os olhos e respondeu: (44) - não sei mais! Acho que sim... mas não sei... (45) eu me envolvi de uma maneira tão forte com Eduardo que não sei mais nada; (46) principalmente se valeu a pena...

- (47) Nathali, você está muito estressada, cansada! Olhe! Vou te dar o endereço de um amigo meu que é terapeuta naturalista, o cara é super gente boa e vai te deixar bem!

- Grata Sílvia! (48) Preciso mesmo buscar um apoio profissional.

Um pouco mais aliviada, Nathali se encaminhou para seu apartamento e, imediatamente ligou para Julio, o terapeuta recomendado por Sílvia, marcando um horário no dia seguinte.

II

Sílvia, após acompanhar Nathali até a porta, retornou e deitou no sofá onde permaneceu pensando: - (49) Ora, Ora! Quem diria! E eu que a julgava tão feliz ao lado do Carlos... (50) como a gente se engana com as pessoas! Bom, cada um com os seus problemas! (51) Quem sabe ai esteja finalmente a minha oportunidade. Com os olhos brilhando de felicidade, um sorriso surgiu na face de Sílvia, que também era uma mulher extremamente linda, sedutora e muito, muito impetuosa! Assim, poucos minutos após, já estava ela se dirigindo ao banheiro para tomar um banho, pois pretendia sair. Enquanto se arrumava, (52) esquematizava como agiria: - Vou ligar para ele e, se der certo... Rapidamente se aprontou e já em seguida pegou o celular e ligou: Atenda! Vamos...

Do outro lado, uma voz masculina atendeu: - Alô! Pois não! ...

- Oi, Carlos ! É Sílvia Tudo bem?

- Oi, Sílvia!

(53) - Carlos, eu preciso falar muito com a Nathali, mas não consigo encontrá-la! O celular não atende e na loja ela não está. Sabe onde ela está?

Carlos pensava consigo mesmo: (54) - vai ver que está nos braços do amante! Vagabunda! Vagabunda!!!

Mas a voz de Sílvia cortou seus pensamentos: - e então, sabe?

Carlos , (55) se controlando para não gritar e mostrar o que se passava em seu coração, apenas respondeu: - Não! Não sei onde ela possa estar.

(56) - Está tudo bem, Carlos? Você esta me parecendo tão preocupado, triste...

- Não! Não! Está tudo bem...

Após alguns segundos de silêncio, Carlos , com a voz embargada, voltou a falar: (57) - Não, não! Mentira! Não está nada bem... você não imagina o que aconteceu! (58) Sentindo o coração pesado, Carlos não conseguiu continuar falando.

Aproveitando o momento, Sílvia falou: (59) - Olha! Você não me parece bem! Aonde você esta? Vou te encontrar!

- Não Sílvia! Não é necessário... o assunto é muito pessoal!

- O assunto é pessoal, (60) mas nós somos amigos há muito e eu sinto que preciso estar com você neste momento! Vamos, diga-me! De-me o endereço...

(61) Triste, se sentindo perdido, desamparado, Carlos lhe disse onde encontrá-lo.

(62) Sílvia, sem perder um minuto, se dirigiu ao estacionamento, pegou seu carro e foi encontrá-lo. (63) Apesar de Nathali ser sua amiga, Sílvia estava se sentindo muito feliz com toda aquela situação; (64) já há muito que ela era apaixonada por Carlos , mas sempre (65) manteve o respeito devido à amizade que existia entre elas. Mas agora, tudo estava desmoronando e ela nada tinha a ver com o que estava acontecendo;

(66) Achava que era direito seu naquele momento, lutar pelo que queria!

Ao chegar ao endereço que Carlos lhe havia dado, um Café Bar localizado em um bairro da área nobre da cidade, Sílvia entrou e rapidamente encontrou Carlos, que estava sentado em um mesa próxima a um grande aquário. Ela se dirigiu até ele (67) e com um ar sério, difícil de manter devido à sua alegria, perguntou: (68) - Oi Carlos! Tudo bem? O que é que está acontecendo meu amigo? Posso fazer algo por você?

Carlos levantou o rosto e olhou diretamente nos olhos de Sílvia; Ela tinha os olhos azuis e sua feição, delicada, muito feminina.

(69) - Engraçado! Nunca prestei atenção na Sílvia.. mas que mulher linda!

Rapidamente levantou e disse: - Oi, Sílvia! Desculpe! Estou meio zonzo hoje! Mas sente-se, por favor!

- Obrigada, Carlos!

- Você toma alguma coisa? Um café, suco...

- Aceito um café, por favor!

Após fazer o pedido ao garçom, voltou-se e, à sua frente (70) Sílvia olhava-o carinhosamente. (71) Carlos não conseguiu fugir àquele olhar e por alguns segundos permaneceram se olhando suave e profundamente.

Sílvia esboçou um pequeno sorriso e perguntou: (72) – E então meu querido! O que está acontecendo?

(73) Carlos , com os olhos lacrimejando baixou a cabeça; (74) Sílvia, delicadamente, estendeu o braço e suavemente com a mão, levantou a cabeça de Carlos e lhe disse: (75) - Se achar que não deve responder, não responda; não se preocupe com isso. Em seguida, passando o dorso da mão no rosto de Carlos, disse: (76) - O importante é que você se sinta bem, e eu estou aqui para ajudá-lo! Somente isto... nada mais!

(77) Carlos olhava-a intensamente! (78) Naquele momento de tristeza e desespero, surgia a sua frente o ombro amigo daquela mulher.

(79) Sílvia sentia que tudo corria como desejava; problemas surgiriam, mas no momento oportuno ela os resolveria.

(80) Carlos contou-lhe tudo que estava ocorrendo, sem omitir nem um detalhe; (81) confidenciou-lhe, também, seus sentimentos, pois não tinha mais ninguém, naquele momento, com quem pudesse conversar.

(82) – Sílvia, entendo que este deve ser um momento difícil para você também, afinal, (83) Nathali é sua melhor amiga já há muito tempo e, na verdade, talvez você já saiba de tudo isso ...

- Não, Carlos! (84) Nada sei a respeito de toda essa história e, estou tão surpresa quanto você. Mas apesar de tudo, (85) inclusive de não concordar com o que ela esta fazendo, ela é minha melhor amiga também; (86) portanto não posso recriminá-la.

- Sim, eu sei! Também não quero que tua (87) amizade sofra qualquer alteração por problemas que não lhe dizem respeito - replica Carlos.

O silêncio toma conta do ambiente por alguns momentos, até que Carlos olha para Sílvia e diz: (88) – Como eu havia te falado, é uma situação muito pessoal por isso fique a vontade para continuar sua vida normalmente, sem se envolver com os nossos, ou pelo menos, com os meus problemas.

Sílvia, olha para Carlos e, convicta, afirma: - Carlos! Você também é (89) meu amigo e é uma pessoa a quem eu muito admiro e estimo; por isso, me dou ao direito de permanecer ao seu lado, (90) sem tomar partido, apenas para ajudá-lo ou ajudá-los, naquilo que me for possível.
- Então Carlos? O que pretende fazer neste

momento?

-Não sei, Sílvia! Não faço a mínima idéia! (91) Essa situação toda me pegou de surpresa... é algo que eu jamais pensei que pudesse me acontecer...
- São coisas da vida Carlos! (92) Apesar de tristes, muitas vezes ocorrem para que coisas melhores nos aconteçam.
- (93) É um pensamento muito positivo, mas de difícil aceitação para quem está passando, como eu, por essa situação.

- É! Não é difícil te entender; mas Carlos, de qualquer forma, faz-se necessário definir os próximos passos, não acha?
- Sim! Sim! Creio que me hospedarei em algum flat e nas próximas horas buscarei um local onde possa ficar por alguns dias, descansando e decidindo sobre o que e como fazer.
- Carlos! Olha... se você quiser, tem a casa de praia que era dos meus pais e agora me pertence. Ninguém vai lá, exceto eu, que quando quero me afastar um pouco, me escondo lá. É um local lindo, tranqüilo e suficientemente afastado... o que você acha?
- Não sei... não quero te atrapalhar...
- Não me atrapalha em nada Carlos! Como te falei, ninguém vai lá; por isso, é o local ideal para o momento e além do mais, (94) eu me ofenderia se você recusasse minha ajuda.
- Bom, Sílvia, se não te incomoda mesmo, eu aceito sim! Creio que será uma excelente oportunidade de (95) me reencontrar.
- Oh, Carlos, que bom! Fico feliz!

- Após passar o endereço e as chaves da casa para Carlos, Sílvia o abraçou carinhosamente e retornou para casa.

Carlos, por sua vez, decidiu de imediato, arranjar um apartamento de hotel para passar aquela noite, pois planejava seguir para a casa de praia já no dia seguinte.


III

Ao chegar em seu apartamento, Sílvia encontrou seu marido, Jardel, que retornou da sua viagem ao exterior, (97) discutindo com Flávinho, seu irmão e com o namorado dele: Francis.

Ao vê-la, Flávinho correu ao seu encontro e a abraçou dizendo: (98) - que bom que você chegou minha irmanzinha do coração; vim aqui para te ver e encontrei (99) esse troglodita do seu marido, que fica me enchendo a paciência só porque (100) eu amo Francis... Ao que Jardel interrompeu, quase gritando: (101) - que Francis, o que, meia peteca! É Francisco! Francisco! Entendeu?

(102) - Você não tem nada a ver como Flávinho me chama, entendeu? – replicou Francisco. Sílvia sentindo que aquela discussão não acabaria bem, interveio: - Calma gente! Não há motivos para toda essa discussão! Jardel, meu bem! (103) Flávinho fez a opção sexual dele; se é assim que ele se sente feliz, então que seja!

Jardel, um pouco sem jeito, retrucou: (104) - eu ainda não me habituei com essa historia de ver homens abraçados sem ser por motivos de briga, mas... olha! Deixa pra lá! Vou tomar um banho! E olhando para Sílvia, perguntou: (105) - Vem comigo?

Sílvia o olha. (106) Sua vontade era recusar, mas sabe que isto não seria correto para com seu marido, que retornava para casa depois de uma viagem de quarenta e cinco dias ao exterior, e responde: (107) - Já te alcanço querido! Só dois minutos. Volta-se para seu irmão que já se encontrava (108) abraçado ao namorado e pergunta: - E então? Como estão vocês? A vida continua generosa com vocês?

(109) – Ah! Maninha querida! Você não faz idéia de como eu estou feliz! Se você soubesse, me roubaria Francis, com certeza! Ele é tão delicado; tão presente; tão, tão... a meu Deus! Não sei mais o que falar de tão bom que tem sido!

Fracis o interrompe: (110) - Na verdade Sílvia, ele é que é assim amoroso, carinhoso, hum... criativo!

Sílvia apenas sorri, manda beijinhos e se dirige ao seu quarto, ao encontro de Jardel.

Ao entrar no quarto, observa Jardel que esta acabando de se despir e pensa consigo mesma: - Continua muito bonito! Tem se cuidado bem! Eu gostava muito dele! (111) O que será que aconteceu entre nós? (112) Porque nossa relação esfriou assim?

Jardel percebeu que ela o olhava e com um sorriso, perguntou: - Saudades?

Sílvia sorriu e correndo em sua direção, pulou sobre ele, fazendo com que ambos caíssem sobre a cama.

Foram momentos de um prazer (113) nostálgico; de certa forma, triste.

Após, Jardel levantou e se dirigiu para o banheiro; mas ao chegar à porta, virou-se e olhou para Sílvia, admirando-a! (114) – Ela é muito linda! Um corpo escultural! Sem celulite nem nada... realmente um sonho de mulher!

Por alguns segundos, seu coração acelerou, como a dizer-lhe: (115) - ela continua sendo muito importante, pois você ainda a ama! Mas seu pensamento mais racional não o deixou dar atenção a esse sentimento; Jardel virou-se e foi tomar sua ducha.

Sílvia também não conseguiu ficar muito tempo na cama e foi para o banheiro. Jardel, se enxugando, disse-lhe: - Sílvia, preciso sair para encontrar uma pessoa ainda hoje; talvez eu consiga fazer um bom negócio.

- Te espero para o jantar? Perguntou Sílvia.
- Não. Não se preocupe comigo.
- Está bem! Se mudar de idéia, telefone.


IV

Jardel despediu-se de Sílvia e saiu; seu destino era o Country Club, onde encontraria Giusseppe Fioravantti, joalheiro com quem mantinha alguns negócios, (116) nem sempre lícitos.

Chegando ao Country, dirigiu-se ao bar onde Fioravantti já se encontrava, tomando uma bebida e lendo o jornal, confortavelmente sentado em uma das poltronas que alí ficavam.

Jardel pediu uma bebida e sentou-se em outra poltrona próxima a Fioravantti e falou: - Então Fioravantti, tudo bem?
- Oh, meu amigo Jardel! Sim, está tudo bem!
- Ótimo! Então vamos à nossa transação, mio amico! (117) Trouxe seu dinheiro, mas necessito que o material seja entregue imediatamente.
- Bom, Jardel...
-Fioravantti! Fioravantti! (118) A pessoa com a

qual estamos negociando não aceita muito bem, a ocorrência de falhas e é bastante violenta.
- Esta bem! Tomarei todas as medidas possíveis para entregar o material amanhã para você.
- Faça isso Fioravantti! Faça isso... Assim que estiver tudo pronto, me avise por favor! Poderemos nos encontrar aqui mesmo; ligue-me para marcamos um horário.

Jardel levantou-se e dirigiu-se ao outro salão onde Augusto, sócio de Carlos o esperava: - E então, como vai Jardel? Tá passeando muito? Como estão as gatas européias?

- Olha Gus! (119) Melhor impossível! É uma mais linda que a outra!

- Que bom! Fico contente que você esteja se dando bem Jardel.

Jardel apenas olhou nos olhos de Augusto e (120) expressou um rápido e irônico sorriso. - Augusto, acabo de acertar com o idiota do Fioravantti, o fechamento do negócio para amanhã, e (121) preciso da tua cobertura.

(122) - Ok! Pode contar comigo! O processo permanece igual às vezes anteriores?

- Sim! Não precisamos mudar nada; Do jeito que esta, é mais discreto e (123) não gera riscos para nós.
- Muito bem, Dr. Jardel! Então tá combinado. Amanhã nos encontraremos aqui.

- De acordo Gus! Depois de confirmar o horário com o italiano, te ligo.
- Até amanhã, então!

A CONTINUAR...